Já ouviu falar na curva ABC? Esse método de controle de estoque é muito útil para que os lojistas compreendam mais a fundo seus negócios. Neste artigo, você vai entender o que é e como fazer curva ABC e vai perceber que implantar esta metodologia é mais simples do que você imagina.
Fazer uma boa gestão do estoque é fundamental para manter o fluxo de processos da empresa. Muitas vezes, o empreendedor precisa tomar decisões estratégicas para garantir que haja oferta dos produtos que mais vendem.
De acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em parceria com a Neotrust, o e-commerce brasileiro cresceu 68% em 2020 em relação ao ano anterior. As expectativas para o ano de 2021 são as mais otimistas possíveis, reforçando a importância de os lojistas que trabalham com e-commerce otimizarem a gestão logística de seus negócios visando maior eficiência e, por consequência, competitividade.
Neste sentido, a curva ABC desponta como uma metodologia de gestão de estoque amplamente aplicada em empresas de todo o mundo. O mais interessante é que ela pode ser usada tanto para lojas físicas quanto para a venda de produtos online. Mas, como aplicá-la? Falaremos sobre isso a partir de agora.
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O que é curva ABC?
A curva ABC de estoque é uma metodologia que atribui graus de importância aos produtos do estoque – o que determinaria a quantidade de cada um desses produtos. Segundo essa análise, os itens podem ser divididos em três categorias – A, B e C – de acordo com sua importância para o faturamento da organização.
Esse método foi criado pelo consultor de qualidade Joseph Moses Juran. Também conhecida como análise de Pareto, a estratégia foi concebida a partir da observação do economista Vilfredo Pareto. Segundo ele, 80% das riquezas do mundo estão concentradas nas mãos de apenas 20% da população.
Seguindo o mesmo princípio, Joseph Moses Juran defendeu em sua tese que 80% dos problemas são causados por 20% dos fatores. Logo, a base desse conceito passou a ser aplicado em uma ampla gama de áreas, inclusive na logística.
Dessa maneira, a curva ABC foi adaptada para o ambiente empresarial e se tornou um importante recurso de gestão de estoque e controle logístico: até 80% do caixa da empresa está baseado na venda de apenas alguns produtos, enquanto a maioria dos outros respondem por cerca de 20% das vendas.
👉 Como definir a posição dos produtos na curva ABC? O critério mais usado é o de importância dos mesmos para o faturamento da empresa. A seguir, você vai entender detalhadamente como fazer essa classificação.
Como fazer a curva ABC?
Para fazer a curva ABC, é necessário entender que, conforme a sigla sugere, essa metodologia divide os produtos do estoque de uma empresa em três categorias: A, B e C. O que significa essa divisão? É bem simples:
📌 Os produtos categorizados como A são aqueles que trazem maior retorno para a empresa. Os classificados como B são os que trazem médio valor e os que apresentam um baixo retorno são classificados como C.
Como saber em qual categoria cada produto do estoque está enquadrado? É necessário fazer uma análise detalhada das vendas atentando-se a alguns critérios:
Produtos de Classe A: são os itens de maior importância, valor ou quantidade. Geralmente correspondem a 20% dos produtos que juntos podem movimentar entre 65% e 80% do total de vendas.
Produtos de Classe B: são itens com importância, quantidade ou valor intermediário. Podem corresponder a cerca de 30% do total de produtos, mas movimentam entre 15% e 25% das vendas.
Produtos de Classe C: são os itens de menor importância no estoque e que apresentam baixa demanda. Correspondem a até 50% do total de produtos, mas movimentam entre 5% e 10% do total de vendas.
📌 Viu que interessante? A metodologia da curva ABC diz que apenas alguns produtos do seu estoque são os responsáveis pela maioria das vendas e que, muito provavelmente, uma quantidade significativa de seus produtos tem demanda baixa.
Isso não é necessariamente ruim. Quase toda empresa tem produtos nas curvas A, B e C para atuar em diferentes mercados e suprir os consumidores em suas diferentes necessidades.
A grande questão aqui é que, após aplicar a curva ABC, o lojista saberá quais são os produtos que mais têm saída, trazem melhor retorno e que, portanto, devem receber maior atenção na gestão logística para que nunca faltem no estoque.
Como calcular a curva ABC?
Você deve estar se perguntando: vou ter que checar todos os meus produtos, fluxos de caixas e dados da empresa manualmente para fazer a curva ABC? A resposta é: não! Com o desenvolvimento da tecnologia e a automatização dos processos de gestão, praticamente todos os ERPs do mercado oferecem ao gestor dados prontos da curva ABC ou, pelo menos, todas as informações necessárias para montá-la.
Já ouviu falar em ERP? Essa sigla significa Enterprise Resource Planning e pode ser traduzida para o Português como sendo um sistema integrado de gestão. Trata-se de um software, que pode ser acessado online ou instalado no computador, no qual o empreendedor consegue fazer toda a gestão do seu negócio.
Dessa maneira, se você ainda não trabalha com um ERP para gerenciar o seu negócio, pode ser uma boa ideia avaliar sua implantação.
Mas, e aqueles que não usam softwares de gestão? Neste caso, o levantamento terá que ser feito manualmente e os dados podem ser registrados e analisados usando uma planilha do Excel, por exemplo.
Como criar uma curva ABC no Excel ou no Google Planilhas?
Criar uma curva ABC do zero pode ser mais ou menos trabalhoso, dependendo do tamanho do seu negócio e da quantidade de produtos que deverão ser catalogados e analisados. Em todo caso, o processo para criar uma curva ABC no Excel ou no Google Planilhas é o mesmo e está descrito a seguir.
O primeiro passo é reproduzir a tabela abaixo:
Você vai colocar todos os produtos do seu estoque na coluna “Produto” e inserir o faturamento deles na coluna “Faturamento”. Após fazer essa inserção, organize a coluna “Faturamento” em ordem decrescente, ou seja, do produto que mais gera faturamento ao que menos gera faturamento. Faça a soma de todos os produtos na célula “total”.
O próximo passo é calcular a porcentagem do faturamento de cada produto tendo como base o valor total. Basta dividir o valor do faturamento do produto pelo valor total e transformar em porcentagem.
Agora que você já sabe quantos % cada produto representa no seu faturamento, é hora de calcular a porcentagem acumulada. Basta somar a porcentagem do produto com a porcentagem acumulada anteriormente. Por exemplo: somando os 35,71% do produto 1 com os 25% do produto 2, temos 60,71%. Pegando esses 60,71% e somando aos 17,86% do produto 3, teremos 78,57% e assim por diante. Olhando a figura abaixo fica mais fácil de entender:
Com a tabela acima preenchida, basta aplicar o princípio da curva ABC e separar os produtos nas categorias. De acordo com a tabela, os produtos 1 e 2 respondem por cerca de 60% do faturamento, portanto eles são classificados como A. Os produtos 3 e 4 respondem por cerca de 30% do faturamento, sendo classificados como B. Por fim, os produtos 5 e 6 são aqueles que menos geram lucro para a empresa (menos de 10%), sendo classificados como C na curva ABC.
Os dados da tabela acima podem ser transformados em um gráfico que ilustre a curva. Os produtos ou clientes dos níveis A, B e C ficam no eixo X, enquanto a porcentagem de faturamento no eixo Y. Após a marcação dos pontos correspondentes, a curva pode ser traçada.
Para desenvolver a tabela de curva ABC acima, foram aplicadas apenas operações básicas. Mas sabemos que Excel ou Google Planilhas podem ser complicados para muitas pessoas. Recomendamos que, caso estejam com dificuldade para fazer os cálculos, peça ajuda de alguém que possua conhecimento na ferramenta. Também pode ser útil consultar o guia de explicação de operações do Google Planilhas, que irá ajudar no processo.
Qual a importância da curva ABC?
Quando o lojista conhece seu estoque e sabe quais produtos mais trazem retorno, ele pode usar os recursos disponíveis com mais inteligência, evitando comprar muitos produtos de menor impacto e focando mais em cuidar do estoque daqueles itens que estão movimentando as contas da empresa.
Outra grande vantagem de aplicar a curva ABC em seu negócio é avaliar com maior estratégia quais produtos podem ser colocados em promoção para girar o estoque. Por exemplo: você colocaria em promoção os itens da curva A da sua empresa, sabendo que eles já possuem alta demanda? Muito provavelmente não!
Por outro lado, pode ser interessante usar produtos das curvas B e principalmente C para fazer promoções ou montar kits e, dessa maneira, fazer o estoque girar. Uma ótima ocasião para isso é a Black Friday. Usar essa data tão importante para queimar alguns produtos da curva C que estão com baixa demanda e trazem pouco dinheiro pode ser uma decisão acertada.
💡 Por fim, os resultados obtidos a partir da categorização dos produtos podem motivar mudanças na gestão do estoque, nas estratégias de marketing e até levar a uma avaliação sobre a viabilidade ou não de continuar investindo em determinados produtos e nichos.
Portanto, a classificação ABC é um instrumento de gestão muito útil ao empreendedor, trazendo impactos para diversas áreas da empresa e podendo ajudar a organização a corrigir os rumos de possíveis estratégias equivocadas e a focar naquilo que está dando certo.
Curva ABC de clientes: o que é e como é calculada?
Você já deve ter percebido que o princípio que norteia a criação da curva ABC para gestão de estoque também pode ter outras aplicações. Uma delas serve para analisar os clientes da empresa e dividi-los entre os que estão mais próximos da marca e os que estão menos engajados.
Neste tipo de análise, são considerados clientes apenas aqueles que já realizaram compras na empresa. Os leads, ou seja, aqueles que possuem cadastro mas não realizaram compra ainda, não são levados em consideração.
A curva ABC de clientes parte do mesmo pressuposto da curva de estoque: os clientes da organização podem ser divididos em três grupos – A, B e C – de acordo com o nível de importância que eles têm para o faturamento da empresa.
📌 Clientes da curva A: são aqueles que estão mais ativos com a sua marca. Realizam compras frequentemente (com um intervalo curto entre uma compra e outra) e, juntos, representam até 80% do faturamento da organização.
📌 Clientes da curva B: compram de vez em quando. Não são fiéis à marca e nem ativos constantemente. Entretanto, consideram sua marca como uma opção de compra, mesmo que o tempo entre uma compra e outra – tempo de recorrência – seja mais elevado. Eles respondem por cerca de 15% do faturamento da organização.
📌 Clientes da curva C: são totalmente desapegados à marca. Não engajam, compram apenas uma vez ou apresentam tempo de recorrência elevadíssimo. Representam, em média, 5% do faturamento da empresa.
Qual a utilidade de fazer uma classificação ABC de clientes? É o que você vai descobrir agora!
A importância da curva ABC de clientes
Calcular métricas para e-commerce como o tempo de recorrência entre uma compra e outra, ticket médio dos clientes e respostas que eles dão a estímulos como cupons e outras vantagens é muito importante para a empresa pois ajuda a organização a traçar estratégias mais direcionadas.
Quando você conhece quais são os seus clientes mais ativos e aqueles que são menos engajados, pode estudar maneiras de se comunicar melhor com eles, sempre focando em estreitar as relações e, consequentemente, aumentar as vendas. Além do mais, com a curva ABC de clientes você consegue identificar quais consumidores podem demandar uma atenção personalizada.
Para empresas do tipo B2B, que vendem para outras empresas, fazer a curva ABC de clientes é fundamental. Usando essa ferramenta, o gestor saberá quais clientes estão trazendo retorno para a organização e também entenderá se o faturamento de sua empresa está distribuído entre os níveis da curva ou ancorado em apenas poucos clientes (o que pode ser determinante para traçar estratégias).
Outra vantagem é identificar clientes que estão inativos e tentar fazê-los voltar a engajar com a marca. Por fim, a curva ABC de clientes permite que a empresa direcione os esforços para ações que realmente possam alavancar seu faturamento, reduzindo gastos desnecessários com comunicação e custos com a operação de vendas.
Como a gestão logística pode economizar ainda mais?
A aplicação da curva ABC para gestão logística traz muitos benefícios para a empresa, inclusive a redução de custos. Além desse recurso, outra coisa que os gestores podem fazer é usar o Melhor Envio para fazer a cotação e contratação de fretes a preços mais vantajosos.
O Melhor Envio é uma plataforma que permite que os lojistas pesquisem e contratem fretes em diferentes transportadoras que, juntas, cobrem todo o território nacional. Ao negociar grandes volumes de fretes, a plataforma consegue oferecer vantagens aos lojistas, reduzindo o valor pago pelos envios.
O cadastro no Melhor Envio é gratuito, assim como o uso da calculadora de cotação de fretes. Além disso, a plataforma conta com um serviço gratuito de rastreamento de encomendas, o Melhor Rastreio.
Viu só como a gestão logística da sua empresa pode se beneficiar com o Melhor Envio? Não importa se o seu negócio é pequeno ou se ele já está ficando grande, a plataforma pode ajudá-lo a simplificar e baratear os custos com o envio dos produtos.
A curva ABC de estoque é uma metodologia que atribui graus de importância aos produtos do estoque – o que determinaria a quantidade de cada um desses produtos. Segundo essa análise, os itens podem ser divididos em três categorias – A, B e C – de acordo com sua importância para o faturamento da organização.
Para fazer a curva ABC, é necessário entender que, conforme a sigla sugere, essa metodologia divide os produtos do estoque de uma empresa em três categorias: A, B e C. O que significa essa divisão?