Cross border pode ser oportunidade para quem busca expandir o negócio para outros países. Leia e saiba mais!
Você já fez alguma compra em sites de outros países? Saiba que essa é uma prática bastante comum entre os brasileiros, principalmente em épocas de dólar baixo.
Em 2013, quando a moeda estadunidense estava na casa dos R$ 2, 67% dos consumidores aproveitaram para fazer compras internacionais (dados da Ebit | Nielsen).
Mas será que só os brasileiros fazem isso? Pare e pense: se você morasse em um país com a moeda mais valorizada que a nossa, não seria interessante comprar produtos do Brasil?
Essa pergunta revela uma grande oportunidade de negócios para os mais antenados. E é por isso que precisamos falar sobre cross border. Continue lendo e veja como você pode ganhar dinheiro com esse modelo de negócio.
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O que é cross border?
O cross border nada mais é que o comércio entre países. A tradução literal de cross border é “transfronteiriço”, termo que já explica bastante bem o sentido dessa modalidade de comércio.
Sim, trabalhar com cross border é trabalhar com exportação de produtos. Até há alguns anos, a exportação não era tão difundida entre o e-commerce brasileiro, mas esse cenário vem mudando gradativamente graças a um movimento de desburocratização da atividade.
Vender para outros países já não é tão complicado hoje em dia quanto foi no passado. É claro: a exportação envolve mais variáveis que o comércio local. Por isso, é natural que seja mais complexa. Nossa missão neste artigo é mostrar caminhos que possam te ajudar a se inserir no universo das vendas para o exterior. Vamos lá?
Como fazer cross border e vender para outros países?
Antes de fazer cross border e vender para outros países, você precisa preparar o seu negócio para atuar em uma série de frentes. É preciso escolher canais de venda adequados, trabalhar com meios de pagamento internacionais, fazer atendimento e marketing em outros idiomas… E, é claro, preparar a logística para enviar encomendas para outros países. Vamos dar dicas práticas relacionadas a cada um desses aspectos nos próximos parágrafos, fique de olho.
A escolha do canal de vendas
Escolher o canal de vendas é um dos primeiros passos para começar sua atividade comercial no exterior. Assim como acontece aqui no Brasil, você pode optar por ter uma loja virtual própria ou inserir os seus produtos em um marketplace internacional.
Plataformas de e-commerce como Shopify e Magento têm uma série de recursos que permitem a configuração de lojas virtuais globais, com páginas em diversos idiomas e integrações com meios de pagamento aceitos pela grande maioria dos países. O problema é que elas cobram em dólar, e as mensalidades podem ficar pesadas para quem está começando a estruturar uma operação.
A gente recomenda iniciar as vendas cross border usando marketplaces internacionais como Amazon ou Ebay. A Amazon permite a venda de produtos para Canadá, Estados Unidos e México. A taxa desse marketplace é bem atrativa: R$ 19,00/mês (até a data de publicação deste post) + comissão por venda.
Outro ponto interessante é o fulfillment da Amazon, um serviço no qual você manda os seus produtos para o estoque da gigante varejista e ela se encarrega de enviá-lo até o seu consumidor.
Já o Ebay funciona de maneira bastante similar ao Mercado Livre, com a grande vantagem de que você pode vender para praticamente qualquer lugar do mundo.
Meios de pagamento
Essa é uma parte bem menos complexa do que talvez pareça à primeira vista. Hoje em dia, receber pagamentos internacionais é algo relativamente simples. O PayPal, por exemplo, é utilizado em mais de 200 mercados ao redor do planeta. Ele tem integrações com as principais plataformas de e-commerce utilizadas no mundo, além de contar com proteção anti-fraude integrada.
Pra ficar de olho: é importante fazer uma pesquisa prévia sobre o mercado no qual você pretende atuar para entender quais são os meios de pagamento preferidos pelas pessoas que vivem lá. Aqui no Brasil, o cartão de crédito e o boleto bancário são os queridinhos dos consumidores, mas isso não quer dizer que seja exatamente assim em todos os países.
Atendimento em outros idiomas
Uma coisa é fato: o cross border aumenta a complexidade dos seus atendimentos no que diz respeito ao idioma. Quem tem uma empresa B2C (business to consumer) e vende diretamente para o cliente final precisa ficar muito atento a esse aspecto do negócio.
Afinal, os clientes de todos os países têm uma coisa em comum: dúvidas! E eles irão entrar em contato para resolvê-las… Só que muito provavelmente não vai ser na nossa língua! A menos que você venda para um dos nove países que adotam o português como língua oficial.
Como isso é improvável, o mais indicado é ser fluente pelo menos na língua inglesa, considerada a linguagem global. Além do conhecimento em inglês, você precisa ter alguma noção das características culturais dos países com os quais vai trabalhar. Isso vai te ajudar a identificar expressões comuns naquela localidade e pode servir até para identificar oportunidades comerciais.
Pra ficar de olho: quem tem site próprio pode se beneficiar bastante dos chatbots. Essas ferramentas podem ser programadas para responder dúvidas em diversos idiomas, o que facilita bastante a vida do empreendedor. E, é claro, não podemos deixar de mencionar o Google Tradutor, uma ferramenta capaz de quebrar vários galhos no dia a dia de vendedores cross border.
Logística e regras de exportação
A logística é a questão mais delicada do cross border. No começo do artigo, comentamos que a exportação é mais simples hoje do que foi no passado. No entanto, isso não significa dizer que o processo de exportar possa ser chamado de “fácil”.
Atualmente, as empresas que querem enviar produtos para fora do país precisam fazer parte do Siscomex, o Sistema Integrado de Comércio Exterior, um espaço informatizado cujo objetivo é registrar, acompanhar e controlar todas as operações do comércio exterior brasileiro. Em resumo, a ideia desse sistema é reduzir a burocracia — algo que ele realmente faz!
Só que para ter acesso ao Siscomex você precisa fazer a sua habilitação no sistema, um processo que precisa ser feito por meio da Receita Federal. Essa habilitação não chega a ser complicada, mas talvez você encontre dificuldades se nunca teve contato com o comércio exterior.
Caso queira saber mais sobre como exportar, recomendamos que você acesse o portal Aprendendo a Exportar, leia o FAQ do Siscomex ou procure a ajuda de um despachante aduaneiro, profissional especializado no assunto. Mas pode ficar calmo: tem um jeito mais fácil de vender seus produtos para outros países. É o Exporta Fácil dos Correios. Continue lendo e veja como esse serviço pode ajudar a internacionalizar o seu negócio!
Correios Exporta Fácil
O Correios Exporta Fácil simplifica o envio de mercadorias para o exterior. A ideia desse serviço é que qualquer pessoa consiga exportar sem passar por dificuldades burocráticas. Na prática, basta preencher um formulário online e depois ir até uma agência dos Correios para postar o objeto.
O mais legal desse serviço é que você não precisa cadastrar a sua empresa no Siscomex ou contratar um despachante aduaneiro. Os próprios Correios se responsabilizam por todos os trâmites burocráticos necessários, você só precisa vender o produto e postar na agência de sua preferência (lembrando que os Correios possuem mais de 11 mil agências).
Principais vantagens do Correios Exporta Fácil:
- Pode ser usado por pessoas físicas e jurídicas
- Oferece preços e prazos competitivos
- Quem tem contrato com os Correios pode solicitar coleta das encomendas
- Os preços são em real (o que evita prejuízos decorrentes de variação no câmbio)
- Reduz a burocracia e simplifica o acesso de pequenas e médias empresas ao comércio exterior
Link útil para quem tiver interesse em saber mais sobre o serviço:
Cross border vale a pena?
E afinal, o cross border vale a pena? A resposta geral é que sim, vale a pena pensar no cross border como uma oportunidade de crescimento para a sua empresa.
Um dos pontos mais interessantes do cross border é a desoneração de impostos sobre exportações, medida criada pela Constituição Federal para incentivar as vendas externas do Brasil.
Impostos como ICMS, IPI, PIS/PASEP Cofins não incidem sobre o faturamento das exportações. Além disso, quem exporta tem direito ao crédito que pode decorrer da incidência dos impostos já citados sobre os insumos utilizados nos produtos exportados.
Mas é preciso ter em mente que vender para outros países envolve uma série de variáveis. Como você pode ter percebido, tentamos abordar aqui os principais aspectos sobre as vendas internacionais, mas cada tópico deste texto poderia render (com facilidade) um artigo inteirinho!
Isso não quer dizer que você deva desistir só porque o comércio externo é mais complexo que o interno. Para te ajudar a avaliar se o cross border vale a pena para o seu negócio, preparamos algumas perguntas que podem ser úteis para a sua tomada de decisão:
- Os prazos das entregas internacionais podem causar atritos com clientes. Como você vai lidar com isso?
- Como vai ser a política de devoluções do seu negócio?
- Há espaço para o seu produto no exterior? Ele é necessário para algum público específico?
- Pense que existem players locais nos mercados dos quais você quer participar. Você consegue competir com eles?
Esperamos que a leitura deste artigo tenha sido útil para você de alguma forma. Se quiser receber mais conteúdos como esse, assine a nossa newsletter e fique por dentro de tudo que é tendência no universo do e-commerce. A gente não envia spam, ok? Pode ficar tranquilo!